segunda-feira, 21 de setembro de 2009

GESTAR II

UM NOVO OLHAR...
UMA NOVA PRÁTICA...
UM NOVO PROFESSOR...
UMA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE
E, ENFIM, UM NOVO CIDADÃO CAPAZ DE TRANSFORMAR E SE TRANSFORMAR.

O documentário “Língua – Vidas em Português” de Victor Lopes, lançado em 2004, traz uma reflexão em recortes sobre os falares (variações lingüísticas) de vários povos que têm em comum a língua portuguesa. Os personagens são pessoas comuns, que vivem e fazem uso da língua no cotidiano, são povos com culturas diferentes, são anônimos, moradores de Moçambique da Vila, Teresa Salgueiro, José Saramago, Mia Couto, João Ubaldo Ribeiro. Estes são personagens reconhecidos, estudiosos e dominantes da língua padrão, que discutem esse processo de aquisição e/ou apropriação de uma língua.
Observa-se que os falantes dessas regiões, protagonistas no filme, não estão interligados apenas pela língua, mas também pelas crenças, culturas e costumes. As variações, no entanto, não acontecem somente na língua, mas nestes aspectos todos. A língua se entrelaça a todo esse contexto, modificando a realidade e sendo modificada por ela. Mesmo com essas interferências das realidades locais, ela mantém aspectos comuns e padronizados.
Dentro de um contexto de pós-modernidade, globalização e contemporaneidade são importantes a manutenção de um padrão da língua portuguesa, para manter a universalidade, mas isso não exclui a diversidade para contemplar a identidade dos povos falantes.
No filme há um ponto que nos chamou a atenção, o fato de a língua não estar centrada nas novas tecnologias, (e-mail, orkut, blog), enfatiza-se a língua como meio de comunicação, carregada de peculiaridades, tal como a realidade social dos protagonistas que uma reflexão da importância do sujeito para uma mudança da língua em um meio diverso e contrastante, sem acesso ou domínio às tecnologias.
O ensino da língua está ligado ao momento histórico e à cultura e deve inserir-se no contexto de cada povo. Não podemos nos centrar na língua padrão, mas na necessidade de seu uso com os grupos. Reconhece-se a necessidade do conhecimento da variedade padrão para a emancipação e o filme deixa clara essa idéia do acesso ao poder através da linguagem. Os protagonistas que são intermediadores no documentário, fizeram uso da língua padrão para explicar o uso dos dialetos locais, e estes, embora estivessem em ambientes comuns, não usaram dialetos ou jargões desses locais. A apropriação da linguagem torna os falantes diferentes e iguais e possibilita maior interação entre os mesmos. Extrapola padrões, mas também incluí o sujeito na diversidade.
O papel que os escritores e a literatura desempenham depende do período histórico, da época, da cultura e das verdades vigentes. Atualmente a literatura resgata a espiritualidade, o foco no eu. Recuperam-se valores e se busca respeitar a identidade dos sujeitos e dos povos. O grande papel da literatura está sendo a representação dos dialetos. A linguagem é variada e retrata a diversidade social, cultural e a histórica. Reflete a época, mas se respeita e/ou se segue a língua padrão.

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