TEXTO II
Que tipo de políticas públicas devem ser adotadas para redução da pobreza?
Políticas a princípio emergenciais, pois a fome não espera. No entanto, o paternalismo e o assistencialismo não reduzem a causa da pobreza. Precisamos então políticas públicas que rompam com modelos e paradigmas vigentes nas sociedades capitalistas, neoliberais. Sabemos que esse avanço não se faz repentinamente, mas passa desde a “caneta na mão de um presidente” até minha ação-aula em sala, com meus alunos. A ação de cada um, responsável, dedicada e confiante de que é possível MUDAR, fazer melhor.
A escola só pode fazer essa intervenção quando assumir um papel emancipador, e não apenas reprodutor. Se não buscamos no conhecimento elementos para nos ajudar a superar o que faz sofrer, o que nos oprime, então o conhecimento que acreditamos estarem também na escola apenas nos acomodará na realidade e nem nos reconheceremos como classe, muito menos como sujeitos que podem construir sua história.
Só uma escola que faz na prática a DEMOCRACIA, cria formas de participação dos alunos, pais e professores é que promove mudanças sociais. Quando a comunidade decide os caminhos da unidade escolar, pode pensar em decidir os da nação. Assim educação precisa ser um instrumento de “fomentalização” desta luta. Então educadores, educandos e comunidade escolar, podem construir relações mais justas.
Preciso também da escola para me apropriar dos conhecimentos produzidos historicamente, pois como poderemos construir “o novo” sem ter domínio do velho? Logo, a escola é fundamental num processo de superação de um modelo estrutural calcado na estratificação social.
A inclusão é possível?
A inclusão é possível, mas não com os valores, com as prioridades e políticas estabelecidas hoje no mundo.
Desmontamos nossas “verdades” e reconstruímos novas formas de ver o homem, as sociedades e o planeta ou corremos o risco de não nos incluirmos no planeta.
Portanto, a inclusão passa pela aceitação do diferente em minha sala de aula, mas passa pela idéia ampla de reorganização da vida.
Enquanto professor, preciso ver em que quero me “incluir” e incluir os “outros”, num sistema que esvai as forças e enfraquece a harmonia global, ou num sistema que enfatiza o equilíbrio e vê o homem como mais um elemento da natureza?
Para que lado iremos, dependerá do engajamento e embate de cada um de nós nestes blocos de forças.
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