Houve um tempo em que se achava que significado do texto estava essencial e completamente nele mesmo, independente do leitor e das condições de leitura (época, lugar, conhecimento e visão de mundo). Acreditava-se que o texto tinha os elementos necessários para garantir a sua significação.
Atualmente acredita-se que a significação de um texto está nas mãos do leitor, sem o qual o texto não existe. Não existe um leitor passivo. Mesmo extraindo só do texto um significado, esse ato não é inconsciente.
No ato de ler primeiramente acontece a decodificação, depois constantes interpretações e reinterpretações para finalmente se chegar à compreensão global do texto. No entanto, não está a cargo somente do leitor o significado do texto. A leitura é uma parceria. Se não fosse, não teríamos interação, interlocução, seria um monólogo. Na leitura é importante desenvolver a capacidade de fazer inferências. A compreensão de um texto está condicionada pelo contexto social e cultural do sujeito. O criador do texto procura apontar caminhos para a leitura. Na construção; pode surgir engano ou insuficiência de conhecimentos prévios, por parte do leitor. Pode também não haver uma boa estruturação do texto, haver incoerências e ambiguidades. Assim, tanto o leitor quanto o texto podem apresentar problemas que limitam a compreensão.
Temos objetivos variados ao buscarmos a leitura. Podemos ler com o fim de obter informações, comparar posições, dados e devanear. Esses objetivos não são únicos e muitas vezes procuramos textos que respondam a eles. Então é importante o professor perceber quais são os objetivos dos alunos com a leitura e desenvolver a consciência dos diferentes tipos de leitura. Temos que tentar conhecer os interesses dos alunos para oferecer-lhes materiais e experiências de leitura capaz de mobilizá-los, ajudá-los a ter a necessidade de ler.
Há também muitas situações em que os textos simplesmente caem em nossos mãos, como cartazes, anúncios, revistas, outdoors, filipetas, e estabelecem imediatamente comunicação. Observamos superficialmente o material e verificamos com mais detalhes o que nos interessa.
Outra questão significativa diz respeito a leitura por prazer. É a leitura do lazer que não exclui esforço que não está estrita a literatura. Precisamos desenvolvê-la para que essa leitura seja uma experiência enriquecedora.
Podemos ainda ter como objetivos ao ler, segundo Foucambert, uma leitura exploratória, seletiva, informativa, integral, de fruição.
Para que o texto seja compreendido é fundamental que o sujeito tenha o conhecimento linguístico, o conhecimento do conteúdo e das características do gênero do texto. Quando estamos lendo ainda entra em cena os valores que carregamos, nossos gostos, aversões, crenças, opiniões, princípios ideológicos e éticos. A nossa forma de pensar o mundo tem repercussão no nosso modo de compreender e reagir ao texto.
Logo, a compreensão da leitura como produção de significado dar-se-á a partir de uma construção do leitor, a partir de sua história e das marcas desse texto. Quanto aos objetivos de leitura do sujeito, ele pode buscar materiais diferentes de leitura que respondam as suas expectativas. Em relação ao conhecimento prévio destacamos que é um dos fatores decisivos no interesse e na compreensão do texto. Então é fundamental ativar tal conhecimento para que o sujeito possa realizar a leitura e ter seus horizontes ampliados.
Aneli Remus Gregório
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