segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Textos que concluiram as discussões das Unidades 15 e 16 do TP4.

Mergulho no texto


A leitura e produção de texto são competências inter-relacionadas.
Já abordamos sobre o letramento e a leitura. Neste texto selecionamos alguns procedimentos significativos ao desenvolvimento de habilidades que se tem mostrado complexas, principalmente aos leitores de ensino fundamental e médio.
Discutiremos a importância, para a leitura, da formulação de perguntas e análise das respostas, os procedimentos que possibilitam ao leitor chegar à estrutura do texto e a um dos objetivos mais importantes da leitura que é o “ler para aprender”.
A leitura propícia “prazer”, “viagem”, mas é uma experiência conquistada pelo trabalho. A leitura é sempre um meio para sabermos mais, nos alegramos, de entendermos e nos situarmos no mundo. Deste modo, é importante percebermos a importância das perguntas no processo de leitura. A capacidade de fazer perguntas é à base da atitude investigativa. Uma maneira de fomentar essa curiosidade está nas perguntas feitas em torno do texto. A pergunta instiga a curiosidade, fazendo-nos refletir sobre as intenções possíveis do autor. De acordo com os tipos de perguntas que podem orientar o leitor a compreender o texto, teremos posturas diferentes com relação às respostas: se a questão pede apenas extração de dados, podemos pretender respostas iguais; se a pergunta supõe inferências, temos que observar as respostas possíveis; se a pergunta pressupõe respostas variáveis, em função dos valores, consideremos todas as respostas certas, desde que não tenham preconceitos; se a pergunta está levando em conta o gosto do aluno, todas as respostas estarão corretas e levarão a discussão do “diferente”; a pergunta que relaciona o texto com outras manifestações artísticas (intertextualidade), a resposta dependerá, do conhecimento prévio; se este conhecimento não existir podemos buscá-lo para ampliarmos os horizontes dos leitores. As perguntas ajudarão os leitores a ler outros textos, cada vez mais autonomamente, fornecendo-lhes “modelos” de leitura, ajudando-os a procurarem caminhos para a leitura de lazer, para a busca de mais informações ou para o confronto de opiniões e formas de viver. As perguntas que formulamos aos nossos leitores devem ajudá-lo à compreensão global do texto, para que essa leitura tenha repercussão na vida do leitor. É importante também estimulá-los a se fazerem perguntas e fazerem para os outros. Isso colaborará no processo de criação de habilidades leitoras.
Outro aspecto importante para a compreensão global do texto é à depreensão da estrutura do texto. A organização do texto evidencia o plano do autor para fazer o leitor seu cúmplice na construção de um significado. Procurar entender essa organização é tão importante no texto curto quanto no texto longo. Também é importante trabalhar com o texto completo ou com um trecho bem delimitado pelo autor. É importante procurar o fio condutor do texto, que define sua estrutura. Alguns passos são importantes para definirmos a estrutura de um texto: observarmos os parágrafos; sublinharmos as idéias mais importantes de cada parágrafo; localizarmos os termos coesivos; reconhecermos trechos com dados impertinentes; elaborarmos partes do texto, como o início, o fim ou o título; fazermos resumo do texto.
Além dos objetivos já citados, em relação à leitura, sem dúvida, um dos mais importantes é o de APRENDER. Ler para compreender e apreender, reter um conteúdo. Um bom texto informativo ou didático procura ajudar o leitor na sua compreensão usando de vários recursos, como: estrutura clara, marcas gráficas (boxes, negrito, itálico) e vários tipos de imagens (fotos, gráficos, desenhos). Há também atitudes e habilidades que o leitor tem que desenvolver no caso de ler para aprender, como: fazer releituras do texto, reconhecer palavras obscuras, sublinhar idéias contrais em cada parágrafo, marcar os termos de relação entre as idéias, marcar observações à margem do texto, discutir os trechos mais difíceis com outras pessoas, fazer resumo do texto. Um bom resumo revela a capacidade do leitor de separar o essencial do acessório. Ele também nos permite recuperar idéias de vários textos lidos, no caso de estarmos consultando várias fontes. O resumo não comporta análise ou juízo crítico, ele dá o entendimento global de um texto.

Aneli Remus Gregório
Formadora – Gestar II
Pólo – Getúlio Vargas
A produção textual - crenças, teorias e fazeres


O desenvolvimento e aprendizado de experiências e estratégias auxiliam a aquisição de novos conhecimentos e a troca de informação nas diversas situações sociocomunicativas da vida diária. Por isso é tão importante refletir sobre a comunicação escrita, como se desenvolve e como podemos ensiná-la de forma diferenciada, a partir de um trabalho processual. Ao longo desse processo precisamos aprender e transformar nossos conhecimentos num ir e vir na construção da comunicação escrita, dinâmica que é própria do desenvolvimento e aprendizado de qualquer um de nós.
Quando tratamos de conteúdo ou processo de ensino-aprendizado, as teorias e as crenças influenciam nosso modo de ver e agir no processo pedagógico. Podemos identificar algumas crenças sobre o desenvolvimento e o ensino da escrita. Muitos acreditam que ser escritor é um dom que a pessoa desenvolveria naturalmente, assim a intervenção de alguém é apenas o de acompanhar o desenvolvimento da escrita. Outros acreditam que há pessoas que desenvolveram uma habilidade diferenciada, de acordo com as circunstâncias de vida que geraram motivação para a leitura e escrita. Neste sentido a interação facilitaria troca de saberes e o professor influencia, sobremaneira, o desenvolvimento dessa competência e do gosto pela escrita. Há aqueles que não acreditam no potencial, trabalhando modelos. E há, ainda os que acreditam tanto no dom, que deixam o aluno tomar todas as decisões sem exercícios de ensino e negociação. Até o momento, não há instrumentos metodológicos para determinar se nascemos com dom. O importante é percebermos que as profissões e funções e/a escrita se multiplicaram e que todos precisam aprender a escrever para lidar com as diferentes práticas da cultura escrita no nosso cotidiano ou no trabalho.
Nossa cultura foi construindo diversas crenças que de algumas forma interferem no nosso fazer. Apresentamos quatro hipóteses que influenciam a pedagogia da escrita: a escrita é uma transcrição da fala; só se escreve utilizando a norma padrão; todo bom leitor e bom escritor; na escola escreve-se para produzir textos narrativos, descritivos e dissertativos. Quanto a primeira crença é bom salientar que com as transformações da sociedade, novas necessidades comunicativas surgiram, fazendo com que a escrita seja usada com funções diferentes da fala; quanto a segunda hipótese praticar a escrita torna-se apenas uma seqüência de tarefas que seguem modelo; na terceira hipótese ressaltamos que o aprendizado da escrita depende de boa orientação quanto a prática dos diversos gêneros e da prática da escrita em situações sociocomunicativas diversificadas. A leitura é necessária, mas só se aprender escrever escrevendo. E por fim na concepção da quarta hipótese as aulas de redação tornam-se mecânicas onde o professor demonstra modelos, os alunos praticam e o professor corrige.
Com estudos sobre o processo textual, ocorridos por pesquisadores na década de 1970 começou-se a mudar o fazer em sala de aula e percebeu-se que há algumas diferenças básicas entre a produção de textos de iniciantes e de escritores profissionais. Os pesquisadores descobriram que os escritores maduros planejavam e revisavam antes, durante e depois da escrita, considerando elementos como o assunto, a audiência, o objetivo. Os estudiosos do desenvolvimento da escrita pensam que essas estratégias utilizadas pelos escritores maduros devem ser ensinadas. Assim começou-se a trabalhar os textos, iniciando com leitura e pesquisa, diferentes atividades de planejamento, escrita e revisão. Os professores começaram a dar retorno diferente aos alunos, melhorando muito a escrita. Os professores começaram entender que além de ensinar estratégias, o aluno deveria aprender a considerar a relação entre autor e leitor em situação sociocomunicativas específica. Optou-se, então por tornar a aula de escrita uma prática constante em que as atividades de pré-escrita, planejamento, escrita e revisão fossem desenvolvidas como partes relecionadas entre si e orgânicas ao processo comunicativo. Para tornarmos a escrita comunicativa alguns elementos são fundamentais: pensar que a escrita deve ser produzida como linguagem utilizada em contextos específicos; pensar de a escrita ser o modo comunicativo bastante utilizado em nossa sociedade e a escola deve disponibilizar experiências com gêneros diferentes, propondo estratégias e um retorno dialógico que negocie com o aluno aspectos relacionados à leitura comunicativa de seu texto. Deve-se provocar momentos em que aspectos relacionados á escolha do tema, pesquisa sobre o tema, escrita e revisão, possam ser discutidos com todos, construindo andaimes que facilitem a construção do conhecimento. Apesar de parecer uma atividade introspectiva, escrevemos para compartilhar, para que leiam nossas opiniões. Assim durante a escrita o professor deve dialogar, discutir e rever materiais escritos, agindo de forma colaborativa.
Quando observamos o currículo há uma repetição no tratamento de gêneros e outros conteúdos, por isso devemos refletir e planejar atividades condizentes com a série em que os alunos estão. O planejamento do desenvolvimento de textos é muito importante para a pedagogia da escrita. John Harris e Jeff Wilkinson, estudiosos do assunto, fazem uma proposta básica sobre a hierarquização das dimensões dos gêneros, dependendo da situação sociocomunicativa: consciência da audiência; relevância do conteúdo; seqüência da informação; nível de formalidade; função da comunicação; convenção (formato do documento). Todas essas dimensões se inter-relacionam e você pode considerá-las ao planejar, desenvolver e avaliar as atividades da escrita.
Por muito tempo pensou-se que mostrando modelos para a escrita de textos, levaríamos os estudantes a tornarem-se eficientes escritores. Hoje, porém, pensa-se que isso não basta. A pessoa tem que experimentar a produção escrita, portanto, na escola essa produção tem que ser trabalhada com o professor e com os colegas, visando-se a comunicabilidade potencial de cada texto escrito. As formas dos textos não são semanticamente vazias. Forma e conteúdo se relacionam para que possamos nos comunicar, por isso no planejamento e na avaliação da produção textual, precisamos considerar as dimensões sociocomunicativas.

Aneli Remus Gregório
Formadora-Gestar II
Texto relacionado Un.16
Pólo- E.E.B Getúlio Vargas.

Assim ficou registrado nosso encontro 04/08/09








Relatório do dia 04/08/09

ENCONTRO –04/08/09

Neste encontro estudamos a unidade 15 e 16, encerramos assim o TP4. Além do estudo das unidades, que trata da produção escrita, relatamos o “Avançando na prática.” Todos os professores puderam se manifestar e mostrar os trabalhos dos alunos. Após o intervalo vimos, no data show, os slides sobre interação comunicativa, que discute a escrita como necessidade concreta de interação e resultado de ações sociocomunicativas. Num terceiro momento após a OFICINA. Avaliamos a 1ª etapa do curso. Avaliamos também os cursistas e a formadora. Foi um processo bem democrático e exigiu de todos maturidade e franqueza.
Encerramos o encontro conhecendo nosso NOVO CRONOGRAMA; motivando para o encontro do dia 11/08/09, que tratará dos PROJETOS; combinando o estudo das próximas unidades, nomeando os responsáveis para o próximo bimestre pela multimídia, cronometrar o tempo das atividades nos encontros e o tesoureiro do lanche.
Todos puderam levar para casa o seu portifólio com os textos e relatórios realizados nesta 1ª etapa do GESTAR II.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

CRONOGRAMA - GESTAR II - 2009

Após a 2ª etapa do Gestar II, realizada em Balneário Camboriú, de 20 até 24 de julho de 2009, houve a necessidade de replanejar o cronograma do curso. Eis a nova versão, válida até a conclusão, prevista para 02/12/09.

GESTAR II - 2009

Professora Formadora - Aneli Remus Gregório
Pólo - Escola de Educação Básica Getúlio Vargas
Florianópolis/SC




Obs: Colaborar na organização do encerramento - Aline

02/12 Enceramento (avaliação, portifólio, projeto, auto-avaliação, freqüência, participação).

* Projeto pensado e escrito (29/09/09)

Execução do projeto à30/09 até 30/10

**Entrega do projeto para formadora. Encaminhar e apresentar na 3ª etapa do curso Gestar II – UnB – MEC - (03/11/09)

Datas para orientação e elaboração do projeto:

05/05 - 19/05 09/06 - 23/06

07/07 11/08 25/08 27/10

08/09 e 13/10--> Reunião professora formadora (GERED)

Todos os encontros acontecerão das 13:30 às 17:30

Total de carga horária prof. formador: 216h

Total de carga horária prof. cursista: 120h

terça-feira, 7 de julho de 2009

RELATÓRIO

ENCONTRO - 07/07

No início da oficina, os profs. Cursistas leram e comentaram sobre as mensagens que escolheram da mesa de entrada. No data show, assistimos à uma mensagem que enfatiza a amizade e o afeto. Em seguida foi apresentada ao grupo a coordenadora estadual do programa: Maria Isabel Hentz. Houve debate em torno do PROJETO. A coordenadora colaborou muitíssimo no esclarecimento e aprofundamento de algumas questões e dúvidas. Para nos inteirar melhor sobre projeto, estudamos, em grupos, quatro projetos diferentes. Cada grupo deu retorno ao coletivo sobre suas observações. Após o lanche realizamos a seqüência sugerida pela oficina 07. Revisamos a unidade 13 e 14, lendo e discutindo os textos dos professores cursistas e o relatório das práticas pedagógicas realizadas durante o estudo das unidades. A discussão fluiu, pois os cursistas têm conhecimento prévio sobre os conteúdos: escrita e leitura. Observamos o caderno (TP4) e como cada professor interagiu com os textos e as questões de compreensão. Feita a avaliação do encontro e as expectativas para o próximo, finalizamos acrescentando ao portifólio o relatório do avançando na prática e os documentos recebidos neste encontro.

ENCONTRO-07/07/09

Registrando com fotos o encontro do dia 07/07-Oficina-07-TP4.
Contamos com a presença da coordenadora estadual do programa-Maria Isabel Hentz.




sábado, 4 de julho de 2009

TEXTO PRODUZIDO POR PROFESSOR CURSISTA .

NO ENCONTRO DO DIA 23/06 TRABALHAMOS A UNIDADE 13. OS CURSISTAS PRODUZIRAM TEXTOS FAZENDO UM APANHADO DA UNIDADE. A SEGUIR APRESENTAMOS UM DESTES TEXTOS.


MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE GESTÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR - GESTAR II
PROFESSORA: ANELI
ALUNA: ALESSANDRA IRACI DE BARCELOS

TEXTO 3

Leitura, escrita e cultura


Nos primórdios dos tempos, as histórias eram transmitidas oralmente. Com o tempo, os homens perceberam que poderiam registrar parte da história em pedras através de desenhos. Contudo, nem sempre a história era interpretada de forma correta. Logo, a oralidade era a forma mais completa, rápida e aquela que abrangia um público maior. Afinal para entender as histórias bastavam ouvidos atentos, prestar bastante atenção e deixar a imaginação fluir.

Assim como o tempo evoluiu e por consequência a história da humanidade, a escrita também evoluiu. Primeiramente serviu para potencializar a capacidade de memorização. Ou seja, antes a divulgação se dava na esfera oral e para tanto se valia de ritmo, rima e repetição, como, por exemplo: Ilíada de Homero. Dessa forma, as pessoas precisavam memorizar aquela parte da história que era cantada em versos na maioria das vezes. Depois, com a evolução da escrita, além de reproduzir na forma escrita e até mesmo acrescentar mais detalhes a essas mesmas histórias, podiam anotar compromissos, registrar acontecimentos, marcar o que não se poderia esquecer, etc. Enfim, a escrita se tornou uma ferramenta de grande valia.

À medida que a sociedade foi crescendo e conquistando novas terras, a comunicação a distância se tornou necessária e o domínio da escrita, imprescindível. Da mesma forma que as sociedades se tornaram mais complexas, a escrita também assumiu essa característica. A complexidade da escrita se deu pelas diferentes situações sociocomunicativas, como, por exemplo: carta, fax, internet, jornais, revistas, etc.

Entretanto nem todos possuíam (assim como hoje ainda não possuem) o domínio da complexidade dessa ferramenta. Portanto quem sabia compreender e utilizar as informações codificadas em sistema gráfico é como se detivesse um instrumento de poder, pois tornava-se um aprendiz autônomo na medida em que não precisa de um mediador para aprender conhecimentos ou expressar sentimentos, vontades, memórias... Outra vantagem é que não precisa de um interlocutor fisicamente presente.

Ao dominarmos a escrita, escrevermos e com isso queremos comunicar nosso modo de pensar sobre um determinado assunto (tema) para alguém (interlocutor, audiência) e para isso nos apropriamos de diferentes gêneros textuais para melhor significarmos o que desejamos (contos, diálogos, reportagens, notícias, diário, etc.). Assim, o processo da comunicação se dá nessa troca de experiência de uns com os outros. Como se pode observar, a escrita exerce diferentes funções na cultura. Isso significa dizer que novos modos de comunicação e de elaboração de informação são gerados na mesma proporção em que os indivíduos de cada grupo sentem a necessidade de mudar a cultura na qual estão inseridos. Padrões de comportamento, crenças, instituições e outros valores espirituais e materiais transmitidos coletivamente podem mudar dependendo da necessidade daquela sociedade.

O mundo se apresenta para nós de diferentes maneiras, através dos textos verbais e não verbais que utilizamos para construir significados diferentes. Aprender a ler o mundo implica em utilizar a escrita para trocar ideias, conhecimentos, modos de pensar e, dessa forma, nos comunicamos e transformamos o mundo e a nós mesmos. Para tanto, é importantíssimo observarmos o ambiente letrado para que possamos entender as práticas da cultura escrita bem como transformar o nosso conhecimento.

Contudo há uma diferença entre leitura e compreensão, haja vista que ler e escrever devem acontecer primeiramente no processo linguístico (alfabetização) e depois no psicológico (letramento). Assim a leitura que decodifica o sistema gráfico serve apenas para reconhecer as palavras e seus significados ao passo que a compreensão vai além das palavras de quem escreve; está relacionada com a interpretação e criatividade de quem lê em virtude de suas intenções e conhecimentos.

O letramento se refere aos usos sociais e funções da escrita cotidiana na nossa sociedade nas diferentes situações comunicativas em que é utilizada coletiva e pessoalmente.

A escrita ocorre porque exerce diferentes funções comunicativas e finalidades, considerando os objetivos de quem escreve e de quem lê. O aprendizado e o desenvolvimento da leitura e da escrita ocorrem parte no cotidiano e parte por meio de atividades sistemáticas na escola. Em sala de aula, a prática da leitura-escrita deve preparar os alunos para se comunicarem adequadamente nas diferentes funções de trabalho que venham a ocupar, na continuidade dos estudos, no lazer, nas resoluções de problemas do cotidiano, na religião, etc.

Quando colocamos as crianças e os adolescentes em contato com diferentes gêneros textuais (textos variados), estamos avançando tanto no trabalho referente à esfera da compreensão e interpretação dos textos quanto naquela referente ao aprendizado da convenção da escrita.

Da mesma forma também na escola, podemos apresentar uma imagem e a partir dela trabalharmos com finalidades deferentes. Assim, enfatizamos a importância da sequência para a produção textual, ou seja, utilizamos os recursos da oralidade, leitura e escrita nessa ordem. Quando nos valemos da oralidade e da leitura numa sequência de ações, estamos preparando o aluno para escrever um texto. Isso significa dizer que essa atividade tem a função de pré-escrita ou de preparação para a produção textual.

Dependendo do gênero textual, do nosso conhecimento sobre o assunto, do objetivo do interlocutor, enfim da situação sociocomunicativa e dos materiais disponíveis é que vamos utilizar materiais e procedimentos que vão intervir no processo comunicativo. Contudo, partir de temas conhecidos pode ajudar no desenvolvimento do conhecimento sobre o tema a ser tratado na produção da escrita.

Uma forma eficiente para a produção de conhecimento de leitura e escrita é a partir dos conhecimentos prévios dos alunos, pois é nos alunos que são geradas reflexões sobre os significados transmitidos e sobre as próprias competências de leitura e escrita. Assim, a leitura e a escrita realizadas pelos alunos são orientadas não apenas pelo processo de escolarização, mas também pela experiência prévia e/ou exterior à escola.

É na relação entre as práticas de letramento e as práticas de cultura local que obtemos a matéria-prima para a compreensão e interpretação de texto bem como para a produção textual. Em sala de aula, ao observar e discutir eventos e formas da cultura local e de sua história é que exemplificamos os usos e as funções da escrita e como consequência facilitamos o aprendizado da leitura e a produção de textos escritos. Dessa forma, os textos são trabalhados de forma significativa.

Torna-se necessário ressaltar que ensinar e aprender são dois processos diferentes, em que o primeiro permite uma avaliação explícita porque é feito para o outro e o segundo é realizado internamente e depende da bagagem de conhecimentos que esse aluno tem. Por isso é tão importante saber e buscar o conhecimento prévio dos alunos antes de apresentar um conhecimento novo.