quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Texto produzido a partir do debate na mesa 6. Encontro da Rede de Mulheres

Debate promovido a partir de dois pontos:.
. Quais são os conteúdos de uma política de igualdade
.Que sindicato necessitamos para lutar pela igualdade de gênero nesta conjuntura

Historicamente a mulher sofre discriminação  e com o agravamento da crise e retomada do poder pelas oligarquias locais e o sistema financeiro internacional nas nossas regiões, as mulheres serão as primeiras a serem afetadas no mundo do trabalho. No mundo do trabalho há uma pirâmide em que primeiramente são os homens brancos, em seguida mulheres brancas , posteriormente homens negros e só depois são as mulheres negras.  Assim de baixo para cima ocorrerá  o desemprego.
As mulheres vinham assumindo espaços cada vez maiores na sociedade com muita luta e estratégia, no entanto , com a precarização as categorias com maioria mulheres serão fortemente atacadas.
As mulheres participam menos das organizações sindicais e dos partidos políticos. Com o machismo predominante em nossas regiões, as mulheres atuantes e engajadas são vistas como " libertinas". Além disso as mulheres sofrem com a maternidade que representa maior dificuldade para incluir-se no mercado de trabalho e para ter estabilidade. Muitas mulheres em nossas regiões não tem garantida a licença maternidade e o direito  a amamentação.
A mulher na sociedade capitalista é muito usada  como promotora do consumo.
Os sindicatos precisam trabalhar os interesses pessoais das lideranças e  dos diferentes grupos que compõe a base. A base precisa cada vez mais ter voz. Os sindicatos precisam fazer trabalhos de formação. O sindicato precisa fazer o trabalho ideológico, capacitar lideranças e trazer novas lideranças.
O centralismo e apoderamento dos sindicatos e centrais sindicais afasta a base e suplanta lutas.
No sindicato há também o machismo que está na sociedade. Falta muitas vezes compreensão das situações femininas. Por isso o grande número  de lideranças solteiras e mais  mais velhas.
Se a mulher ficar no mundo doméstico, enclausurada, não cresce e não se envolve politicamente.
Formação para as mulheres, encontros como esse, contribuem para que as mulheres se emancipem e se  coloquem como protagonistas da sua história, do seu país e do mundo.
Cada vez mais os sindicatos e os partidos devem envolver as mulheres, já que estas são as grandes responsáveis pela educação dos filhos, das gerações nas sociedades.
Os sindicatos precisam posicionar-se mais enfaticamente em  relação a violência contra as mulheres e os femicídios.
O grande problema da mulher vista como propriedade  é que dá justificativa para ações machistas em nossas regiões. O homem quando vê ameaçada sua hegemonia histórica, violenta e mata. "Os homens têm medo das mulheres sem medo". Sentem-se coagidos e confrontados. Não reconhecem que as mulheres saíram para o mundo do trabalho por necessidade tanto quanto por autonomia e inclusão.
" QUANDO UMA MULHER ENTRA NA POLÍTICA,
MUDA A MULHER
QUANDO MUITAS MULHERES ENTRAM NA POLÍTICA,
MUDA A POLÍTICA"
 ( Michele Bachelet)
( Luciana Ramos, Joelma Dias, Cristina Gonzales, Nolvia Piñones, Estela Maris Cardoso, Aneli Remus Gregório, Suzete  - representantes do Chile, Paraguai e Brasil   -   São Paulo 26-27-28 de outubro de 2016)

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